" Cuidado que o AL veio hoje aqui..."
O hóquei em patins sempre foi uma paixão para António Lopes, mais conhecido pelo " AL ".
Nos últimos tempos a sua presença nos pavilhões de hóquei em patins em Portugal tem sido uma constante, quer em jogos de seniores masculinos e femininos, quer nas camadas jovens.
A paixão pela modalidade levou e leva a fazer largos quilómetros para acompanhar a seleção nacional e equipas portuguesas no estrangeiro.
Neste capitulo, esteve na final four da Taça Continental em Viarregio, Itália, no Europeu de seniores na Corunha e mais recentemente no Torneio de Montreux.
Mas o " AL " não fica só pelo hóquei em patins. Tem estado em outras modalidades, futebol, andebol, futsal entre outras.
Foi a um dos grandes " amigos "como faz questão de tratar, o Hóquei Minhoto, que decidiu dar a conhecer a sua paixão, a sua realidade que não se fica apenas pela objetiva.
No seu estúdio, onde orgulhosamente faz questão de ter as " medalhas " de presença que falou abertamente desta paixão.
O que o levou a perder os seus fins de semana a fotografar jogos, especialmente de Hóquei em Patins?
Tudo começou em Gulpilhares nas escolinhas de patinagem quando o meu filho, Edgar Lopes iniciou a pratica desta modalidade com quatro anos, foi aí que me iniciei na fotografia para registar esses momentos que não voltam e apenas os posso recordar pelas memorias e pelas fotos que fui tirando, nessa altura ainda com uma maquina de rolo o que limitava, e muito, o numero de fotos pois ficava caríssimo…mesmo assim tenho bons e belos registos não só dele como dos seus colegas de então.
Daí para a frente foram mais ou menos 16 anos a acompanhar-lho até júnior de segundo ano sempre com muitas fotos, quando deixou de jogar “muitos sabem porquê no ultimo ano de Júnior”, mas isso esta para trás mas não esquecido, tinha de ocupar o tempo disponível e a fotografia foi a maneira que encontrei para continuar na modalidade e registar agora momentos dos outros, pois não existem muitos que o façam da mesma forma que eu faço, não sigo apenas o “meu filho ou o meu clube” sigo a modalidade e assim posso estar em qualquer lugar.
Porque razão adquiriu o gosto de fotografar?
O gosto pela fotografia é uma hobby muito antigo, que se foi tornando realidade com o passar do tempo e com o aparecimento das maquinas digitais facilitou e muito esse
hobby, depois de muitas mudanças de equipamento que fui fazendo para chagar ao ponto em que estou hoje, julgo que não estarei errado se dizer que passaram oito maquinas diferentes até à de hoje, sempre a melhorar a olhos visto no que diz respeito a equipamento.
As pessoas já entram nos pavilhões e olham para ver se o AL está presente? Gosta de ouvir isso? Quem sente quando ouve isso?
Não quero ser “presunçoso “, mas julgo que essa afirmação é verdadeira, quando me vêm chegar ou me vêm na bancada da para perceber que muitos dizem ou pensam “hoje vamos ter fotos”, não só os simples adeptos, pais de atletas ou mesmo jogadores quando dão pela minha presença na bancada.
Se gosto de ouvir? Gosto, é sempre bom sermos bem-recebidos em qualquer pavilhão ou clube, pois nunca faço distinções de emblemas ou escalões, é essa forma de estar que me torna uma pessoa diferente e permitiu chegar a este ponto.
Se me sinto bem quando ouço isso? Sim sinto-me bem, dá-me motivação para continuar pois o meu único objetivo é registar e partilhar esses momentos com todos e para todos ou não seja o nome do meu espaço “Blogue” Hóquei Para Todos, momentos que não voltamos a viver e ao registar-lhos quem as vê ou guarda só pode ficar satisfeito com a minha presença e eu fico por consequência também por partilharem o meu trabalho que vou fazendo por esses pavilhões.
Alguma fotografia que tirou e que o marcou de forma sentida?
Tenho algumas, mas duas delas guardo com muita emoção e saudade, por curiosidade as duas tiradas na Sanjoanense um dos quatro clubes que o meu filho representou ACR Gulpilhares, AA Espinho, AD Sanjoanense e CH Carvalhos, a primeira regista o apito final do jogo que deu acesso à final four em sub 17 na época 2013/2014 pela Sanjoanense registei os abraços dos atletas onde estava o Edgar Lopes e eu adorava que o meu Pai tivesse visto este momento, pois dizia sempre que o via jogar que ele tinha qualidade, sei que lhe daria também um forte abraço assim como eu quando chegou a minha vez depois de muitas fotos que fiz desse momento.
A outra por sinal também é de alguém de S João da Madeira, uma foto de um abraço do Ricardo Neto já desaparecido de entre nós, com o amigo Marco Lopes na subida à 1.ª divisão da Sanjoanense, escolhi esta foto porque foi a primeira pessoa a acolher-me no seio dos pais, dos atletas de então, e muitas vezes me disse que fiz mais num ano no clube que muitos em anos que por lá estiveram, isto não se esquece!!!
O que sente quando entra num pavilhão e é abordado pelas pessoas?
Sinto que faço um trabalho importante para a modalidade e para os seus diretos intervenientes e só por isso seja merecedor desta “entrevista” que me surpreendeu, a minha dedicação a esta modalidade e total, faço-o sem esperar nada em troca.
Tem alguma história que queira partilhar?
Estes longos anos que já levo na modalidade facilitam o acontecimento de história, mas nem sei quais as que devo partilhar tantas foram, mais boas que más felizmente, desde o fogo de artificio e musica a condizer no encerramento da época em Espinho, das caricaturas dadas aos jogadores e ver as suas caras de admiração, com a colaboração financeira dos pais também em Espinho, do livro com entrevistas dadas aos jogadores em Gulpilhares sub 13, do vídeo da partida para a final four sub 17, terminando na faixa de Campeão regional, estas duas na Sanjoanense, da frase de um jogador Marcelo Silva, no primeiro treino “podemos não ir a lado nenhum mas este ano temos fotos” e tiveram até na final four, ou mesmo o reconhecimento do Gulpilhares quando me atribuiu um “lembrança” no torneio Adriano Silva.
O “pine” que gostava de encontrar no chão e me foi dado pessoalmente pelo dirigente do Riba d’Ave, ou mesmo a camisola do OC Barcelos que surpreendentemente também me ofereceram. Isto tudo e muito mais são historias e momentos que não esqueço.
Como tudo na vida, esta dedicação originou várias amizades, concorda? Quer realçar alguma?
Isto de amizades é um caso mais serio, podemos por vezes pensar que são, mas no momento em que necessitamos delas elas revelam-se…, mesmo assim tenho felizmente muitas para já talvez porque ainda não necessitei verdadeiramente delas (sorrisos ).
No entanto quero realçar os treze que prefiro chamar também de amigos que me ajudaram dando um donativo para manter “o flickr” livre para todos, Só podem ser meus amigos!!!
Serio, serio é um grupo que sem me conhecerem pessoalmente
de lado nenhum foram confiando em mim abrindo portas e permitindo que fosse um elemento deles.
Falo do Pedro Jorge, do Miguel Bastos, do Mário Duarte, do António Anacleto, do Ricardo Paulino, do Bruno Soares, do David Veiga, do Jorge Paulino, do Rui Pedro, do Gonçalo Ramos, do Ricardo Dias, do Carlos Martins, do Ricardo Rodrigues e mais recentemente o Bruno Machado.
Com eles ou com quase todos fiz dois inter regiões, Bragança e Vila Franca de Xira inesquecíveis.
Vivi e é INESQUECIVEL, a isto só posso chamar AMIZADE.
Não ha nada neste mundo que pague esta amizade.
Outras historias podia contar, mas prefiro guardar para mim. São muitas emoções vividas.
Quando está a fotografar, alguém alguma vez o proibido jogador/diretor ou espetador?
Já sim.
Lamentavelmente já o fizeram na altura um treinador proibiu-me de tirar fotos num torneio onde tinha sido convidado pela equipa organizadora a fotografar o evento.
Respeitei como sempre faço, não tirei, e esse momento foi importante para mim pois motivou- me a conseguir a carteira de jornalista/fotografo que hoje possuo e me dá acesso a qualquer
evento no mundo. Por falar nisso espero conseguir o tão desejado acesso para o mundial em Barcelona!!!
Qual o seu sonho a nível de evento para fotografar? Gostava de ir onde?
Tenho alguns sonhos e espero realizar alguns, Jogos Olímpicos, uma final da liga dos Campeões e se fosse com a presença de um clube português era TOP, ou o Mundial de hóquei em San Juan (Argentina) para 2021.
Vou lutar por conseguir se não todos pelo menos um ( sorrisos..)
Sente que o seu trabalho é reconhecido?
Eu faço-o com gosto apesar do meu amadorismo na área, pelos comentários que vou recebendo julgo que a maioria reconhece algum mérito ou mesmo qualidade no que apresento se for isso reconhecimento sinto-me, mas, o mais importante é eu sentir-me bem e feliz com o que faço e como faço sempre livre e sem obrigações.
Enquanto assim me sentir irei continuar a bater os meus próprios recordes, por sinal esta época para já não esta mal, 3.ª divisão Zona norte A e B apenas 2 equipas não fotografei, 2.º divisão norte apenas uma, 1.ª divisão faltou também uma, eventos internacionais faltou a final da CERS, curiosamente onde apenas esteve o Miguel Bastos em Itália ( que raiva eheheh ), feminino norte todas, formação vários foram os visados, ou seja milhares e milhares de fotos, muito, muito, muito trabalho, mas muito prazer pessoal.
Por fim como AL umas palavras para quem divulga a modalidade...
São muitos os que o fazem e deviam ser mais acarinhados como o Hóquei Minhoto, que desde ja agradeço esta oportunidade.
Outros deviam também ter o seu trabalho valorizado e muito. Espero que todos continuem, só assim a modalidade pode crescer-
Divulgar é uma forma de enriquecer a modalidade, no entanto não pensem em retirar daqui grandes dividendos pois isso é impossível e só muito poucos o vão fazer, porque quem gosta da modalidade faz, quem vive da modalidade cobra...e se um dia sobrar qualquer coisa pode ser que sejamos nós os contemplados.
Viva o Hóquei, viva o desporto, viva quem divulga.
Muito obrigado Hóquei Minhoto por se lembrar do AL
Um abraço