3.31.2016

Presidente do OC Barcelos " Pelos adeptos, pela cidade, a final four em Barcelos é mais que merecida..."



Pelo segundo ano consecutivo o OC Barcelos está presente na final four da Taça Cers.
Depois de no ano passado ter disputado a prova em Igualada, Espanha, o comité do CERH atribuiu ao clube minhoto a organização da Final Four.
A candidatura do clube minhoto ultrapassou as outras duas apresentadas pelo Sporting CP e Vilafranca de Espanha. O outro finalista, o Matera de Itália não chegou a propor algo para a sua realização em território italiano.

Para o presidente do OC Barcelos, Francisco Dias da Silva a final four em Barcelos é mais que merecida, conforme declarações proferidas ao Jornal Barcelos Popular.
" Eu não considero uma vitória. Fizemos, realmente, um esforço grande para que conseguíssemos que a Final-Four se realizasse em Barcelos mas, pela forma como a modalidade é apoiada, quer pelos adeptos, quer pela própria cidade, foi mais que merecida. Afinal de contas, Barcelos é a catedral do hóquei em patins. Vamos procurar criar um ambiente de forma a que Barcelos e o Óquei de Barcelos não saiam mal desta situação".

Barcelos vai provar mais uma vez que sabe organizar eventos importantes?
" Sim, principalmente os adeptos do Óquei de Barcelos e a Kaos. Acho que é mais que justo termos feito este esforço para se realizar cá porque o apoio deles tem sido incansável. Quer os barcelenses, mas principalmente os adeptos e a claque, apoiam-nos em tudo quanto é sítio. Têm-me surpreendido. Tem sido fantásticos, inclusive a nível das competições europeias. Não é fácil a deslocação mas eles aparecem em todo o lado onde o Óquei de Barcelos estiver presente."

O clube é um caso especial na forma como os seus adeptos estão sempre presentes?
" Claro que sim e é reconhecido, quer a nível nacional, quer internacional. Ainda na última eliminatória, em Itália, quando perguntávamos onde seria o local dos nossos adeptos, as pessoas ficavam surpreendidas porque, realmente, não é muito normal, hoje, nesta modalidade, o apoio que o Óquei de Barcelos tem".

Certamente não terá sido fácil trazer a competição para Barcelos.
Há, naturalmente, os custos inerentes mas, para isso, contamos com o apoio da Câmara que tem tido uma forma correcta. Estão sempre disponíveis, nomeadamente o vereador do Desporto, dr. Carlos Brito e o vice presidente, Dr. Domingos Pereira. Tem sido o apoio possível embora não seja, naturalmente, aquele que eu entendo. Acho que devia ser superior a todos os níveis. Pela função do Óquei de Barcelos, a nível desportivo e social, tenho consciência que hoje o clube é importante na cidade. A forma como as pessoas estão a viver o clube é referenciado pelos nossos adversários que, realmente, perguntam-nos como é que é possível o Óquei ter, na maior parte dos jogos, o pavilhão cheio o que não é normal noutras localidades. A resposta é simples: é da forma como as pessoas encaram a modalidade".

O facto da Final-Four coincidir com a Festa das Cruzes será prejudicial?
O coincidir com a Festa das Cruzes vai criar algumas dificuldades a vários níveis, possivelmente em termos de hotéis, a nível do condicionamento do trânsito para a deslocação das equipas. Mas espero que tudo seja coordenado com o clube, Câmara e Polícia para não haver constrangimentos de maior. Serão dois dias de lotação esgotada.

Quem não vier ao pavilhão poderá ver na televisão?
Vamos fazer um acordo com o canal que irá transmitir os jogos para o território nacional e também para África. Iremos fazer algumas campanhas publicitárias embora, em termos de assistência, não tenho dúvidas que vamos ter todo o apoio dos barcelenses para ajudarem a nossa equipa a fazer o melhor trabalho possível.

A jogar em casa o Óquei de Barcelos é favorito?
O Óquei já tem o grande mérito de dois anos consecutivos chegar à Final Four, portanto, isto é mérito da equipa técnica, do grupo de trabalho, dos jogadores que fizeram, quer a época passada quer esta, um trabalho competente. Para estar lá, como dizem algumas pessoas, é preciso chegar lá e para isso é preciso eliminar os adversários que também têm o seu valor e qualidade. A equipa vai, ainda mais perante os seus adeptos, fazer tudo para conseguir os melhores resultados. Agora, não tem mais responsabilidade por estar a jogar em casa. Podia, até, ser um factor que não fosse positivo pelo facto de acusar a pressão.

O clube ganhou, ao longo dos anos, a credibilidade e grandeza que tinha perdido. Isso deve-se a quê?
Foi um trabalho de todos. Naturalmente que a direcção teve o seu papel, assim como toda a gente que colabora desde a formação até aos adeptos. Todos são importantes. Referindo-me essencialmente à parte técnica e aos jogadores, todos têm vindo a crescer. Têm conseguido um trabalho que eu acho que é muito meritório. Algumas pessoas acham que sou sempre uma pessoa insatisfeita e que exijo, que quero mais. E quero. Não temos feito tudo bem mas também temos feito coisas. Gostava que se fizessem sempre bem mas não é possível.

No início disse que não queria defraudar as expectativas das pessoas. Isso foi conseguido?
O importante era criar condições para que o clube não voltasse a passar mais nenhuma fase como aquela que passou. Acho que não merece. Um clube que tem este apoio, que tem uma cidade que respira hóquei, seria uma pena se alguma vez passasse por aquilo que passou há uns tempos. O importante é criar condições de forma a que se faça um trabalho competente, esteja quem estiver. O menos importante neste caso tem que ser o presidente. É uma estrutura que tem de funcionar, tem de atingir resultados e tem de fazer a sua função.

Arrepende-se de alguma coisa?
Não tenho com o que me arrepender, não é minha forma de estar nas coisas. Encaro tudo de uma forma positiva acreditando sempre nas coisas e é por isso que, felizmente, quando trato dessas coisas, elas resultam porque temos de acreditar naquilo que fazemos, no trabalho que projectamos. Por isso é que tem acontecido, felizmente.

A passagem dos jogos para as 21h30 terá sido uma aposta ganha?
Sim, tem resultado. Acho que a medida terá sido certa em termos de horários. Tem-se visto o apoio que a equipa tem e o número de adeptos tem crescido. Já tivemos jogos em que o pavilhão esteve completamente lotado e, portanto, isso é para nós e para toda a gente que envolve o Óquei de Barcelos um motivo de orgulho.

Regressar ao anterior horário ou outro não está em cima da mesa?
As coisas têm sido mais ou menos bem feitas. Cheguei a pensar fazer uma experiência e já há dois anos que ando a falar nisto. Um ou outro jogo poderá realizar-se ao domingo ao fim da manhã. Gostava um dia de fazer essa experiência. Sabendo nós que a modalidade rainha é o futebol e as vezes acontecem jogos à mesma hora e com transmissão televisiva, o que cria alguma dificuldade às pessoas. Notasse, às vezes, que alguns adeptos estão à espera que acabe um jogo de futebol para virem em cima da hora. Não deixam de vir, chegam é com o jogo a decorrer. Mas isso só acontece, se calhar, quando participam os chamados clubes grandes.

Quer deixar algum agradecimento?
A palavra que deixo aos barcelenses é de agradecimento antecipado. Da forma como têm apoiado não tenho dúvidas que vão estar presentes nesta jornada que é importantíssima a nível das competições europeias que já há muitos anos não se realizava em Barcelos. Uma palavra de agradecimento especial à Kaos Barcelenses que tem sido fantástica e a todos os patrocinadores que nos têm acompanhado estes anos.

FONTE: JORNAL BARCELOS POPULAR

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