José Querido é um nome incontornável do hóquei em patins e há pouco mais de uma semana alcançou o terceiro lugar no Campeonato do Mundo realizado em Barcelona ao leme da selecção feminina do Chile.
O barcelense, de 57 anos, conquistou a medalha de bronze no mítico Palau Blaugrana após triunfo sobre a Itália – perdeu nas meias frente à Argentina nas grandes penalidades– e ainda com o divisa ao peito conversou em exclusivo com o Barcelos Popular.
Querido assumiu que está na altura de pensar em regressar de vez a Portugal, deixando para trás o projecto no Chile onde orienta todos os escalões do Vilanova
Sobre o Mundial, o antigo atleta e treinador do Óquei de Barcelos, tendo também orientado a selecção das quinas e, além fronteiras, com passagem por Espanha e França, sente-se realizado e “extremamente satisfeito com o trabalho e o empenho das minhas meninas ao longo de todo o Mundial. Esta selecção tem quatro jogadoras de 17 anos e uma média de idades de 19, o que pode dar muitas alegrias aos chilenos nos próximos anos. Para isso terão de ser apoiadas e, para quem não sabe, neste momento há no Chile uma qualidade muito boa de jogadoras e o hóquei está a crescer”.
Sobre o futuro não sabe se vai continuar: “
A experiência foi para este Mundial e sei que a Federação do Chile está interessada que continue mas tenho que ter em conta muitas coisas, como a minha família e o meu Portugal. Não sei se vou continuar.
A experiência foi para este Mundial e sei que a Federação do Chile está interessada que continue mas tenho que ter em conta muitas coisas, como a minha família e o meu Portugal. Não sei se vou continuar.
Estou cansado de estar fora do meu país. Também me dói. Fora tudo isso, se o projecto continuar, tenho a certeza absoluta que o Chile será um forte candidato a vencer o campeonato do mundo na Argentina”.
Sempre atento ao que se passa com a modalidade, José Querido sente que a mesma poderá passar por algumas dificuldades nos mais jovens em Portugal:
“Sou um apaixonado do hóquei como toda a gente sabe, vou para todo o lado atrás da modalidade e chega-se a uma determinada idade que já se começa a ficar cansado e saturado de algumas coisas e de as pessoas não darem valor ao que se faz.
Mas também não estou preocupado que as pessoas me valorizem mais daquilo que sou, quero apenas que valorizem o meu trabalho.
Vejo actualmente tantas coisas a acontecer no hóquei em patins que fico perplexo. Não consigo entender”.
Mas refere-se em Portugal, perguntámos nós...?
“Sim, em Portugal. Apesar de sermos o melhor campeonato do mundo, espero que fruto de algumas situações o hóquei em Portugal não venha a padecer mais tarde. É muito bom o investimento que os clubes estão a fazer nos atletas estrangeiros mas não podemos descuidar a nossa formação, miúdos que trabalham diariamente para chegarem aos seniores e depois não conseguem e muitas vezes abandonam a modalidade.
Conheço muitos que já deixaram pois dizem que não vale a pena pois os lugares estão tapados. Quem
anda no hóquei em patins sabe que a realidade
é essa.
Vejam. Portugal
tinha sido campeão do
mundo e europeu sub-20
nos últimos anos e desta
vez não ganhámos.
Esta
fornada de jogadores não
consegue jogar nas equipas da primeira divisão e
isso pode ser fatal daqui
a alguns tempos. É certo
que em Portugal temos
muita qualidade e malta
jovem mas temos que
estar atentos pois as idades passam e os ciclos
bastante perigosos.
Tem
que ser feito algo. Por
acaso até tenho muitas
ideias na cabeça mas não
vale a pena estar agora a
estender-me”.
A finalizar, José Querido
confirmou em Barcelona
que Barcelos é a Catedral
do hóquei e mais nada.
Toda a gente sabe conhece Barcelos. Enche-me de
orgulho ver em Espanha
tantos representantes da
minha terra, da cidade
onde nasci, cresci e desde os quatro anos ando
no hóquei em patins. Fico
sempre orgulhoso de Barcelos que merece tudo,
onde está e muito mais”
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