9.06.2013

Minhoto José Querido fala da preparação da selecção de Moçambique



O seleccionador de Moçambique, o minhoto José Querido falou de como decorreu a preparação da selecção africana com vista ao Mundial em Angola.

Aproveitando a presença da Selecção de Moçambique que está a estagiar em Portugal até ao próximo dia 15 de Setembro, tivemos a oportunidade de falar com o novo Seleccionador Nacional Moçambicano, José Querido.
Estivemos a assistir ao jogo treino entre o Sporting CP e a Selecção de Moçambique e no final da partida fomos ao encontro de José Querido que não se escusou em conversarmos um pouco e falarmos de alguns temas, incidindo quase sempre nesta nova aventura de um treinador com um curriculum invejável.
Uma nova experiência num país e uma realidade diferente daquela que até agora este técnico viveu, mas José Querido sempre afável deixou-nos a sua opinião sobre o presente e o futuro deste novo projecto em que está envolvido.
PLURISPORTS _ Uma herança pesada, aquela que recebeu desta Selecção de Moçambique com o 4.º lugar alcançado na Argentina no último mundial vindo encontrar muitos dos jogadores que estiveram em San Juan.
De qualquer forma está a fazer uma renovação na Selecção com a inclusão de gente jovem. Concorda?
JOSÉ QUERIDO - Sem dúvida que é uma herança pesada, as pessoas tem a consciência que o trabalho feito pelo Pedro Nunes com o 4.º lugar alcançado é histórico.
Os responsáveis moçambicanos têm consciência dessa realidade, mas nós vamos entrar com vontade de fazer melhor, sabendo ainda assim que é extremamente difícil mas enquanto houver vida há esperança.
Relativamente ao que estamos a fazer, pensamos que estamos a fazer um trabalho que não é só para este mundial, mas também para incentivar a formação e a juventude em Moçambique. Por isso é que estão neste lote 2 juvenis e dois juniores a trabalhar neste estágio. É um trabalho complexo, se considerarmos que estamos a mudar a face da selecção onde até agora a maioria dos jogadores rondavam os 30 ou mais anos de idade.
PLR - Como é a realidade do Hóquei em Patins em Moçambique comparativamente ao português?
JQ - Olhe para falarmos do Campeonato Português, qualquer jogador faz uma média de 50/60 jogos, em Moçambique fazem 20. Ou seja ao fim de dois ou três anos é uma grande diferença, mas fora isso, a aplicação e o trabalho que andamos a fazer é de uma atitude de um caracter e de um espirito de sacrifício que tenho que salientar, pois tem muita vontade de aprender e isso é muito importante para o futuro deles e naturalmente do futuro do hóquei em patins em Moçambique.
Estou convencido que deste lote de jogadores mais jovens poderão sair alguns que serão o garante do futuro do hóquei em Moçambique.
PLR - Relativamente ao jogo frente ao Sporting CP como analisa a prestação da sua equipa?
JQ - Relativamente a esse encontro, foi um jogo treino, mas para mim foi um belíssimo treino, pois estava a contar com menos da nossa parte, sinceramente, porque estamos só à duas a trabalhar e que tem incidido na componente física, portanto com cargas muito forte, e os jogadores acabaram por ter uma resposta que me surpreendeu pela positiva, primeiro porque não é fácil com o cansaço teres o discernimento, e acabou por ser uma grande alegria para mim, eles terem posto em pratica aquilo que tem andado a assimilare como devem ter reparado, os primeiros 30 minutos do jogo estivemos quase sempre a comandar todas as operações de jogo.
Mas o mais importante, e foi feito, aquele trabalho que gostaria que fosse feito. Tivemos algumas lacunas em alguns momentos, e a falta de competição acaba por ser crucial, para estes momentos dos jogos, mas no cômputo geral estou muito satisfeito com as prestações deles, e a continuarmos a evoluir assim vamos ter com toda a certeza uma boa prestação no mundial.
PLR - Neste Estágio em Portugal tem agendado uma maratona de jogos. Isto vai ao encontro daquilo que disse, que é preciso agora jogar para assimilarem as situações de jogo para se chegar ao mundial numa boa forma?
JQ - Exactamente. Nós começamos logo com o Sporting CP, dentro de dias será o Benfica, mas o que importa é que eles percebam as dificuldades, e vamos arranjar algumas equipas da 2.ª Divisão, de forma a ganharmos rotinas de jogo que é o objectivo principal no estágio aqui em Portugal.
PLR - Em termos de estruturas da FPM como encontrou e que apoios ou investimentos existem, principalmente no investimento humano em prol do hóquei em patins?
JQ - Há que referir antes de tudo, uma pessoa muito importante que é o Presidente da FPM, Nicolau Manjane. Ele é que é a cara visível e o principal mentor para que o hóquei em patins em Moçambique volte a ter o protagonismo que já teve noutros tempos. Se não fosse ele e a sua perseverança, provavelmente não estaríamos aqui hoje.
É lógico que as condições de trabalho não são as melhores, embora acredite que vão melhorar, mas penso que há vontade, há gente que está envolvida e que vê com bons olhos esta modalidade e tudo estão a fazer para que o HP não morra em Moçambique.
Quem dirige actualmente o HP em Moçambique está a criar condições para que muitos jovens possam sair das ruas e possam praticar a modalidade que já foi uma das grandes naquele país.

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