Pelo segundo ano consecutivo o OC Barcelos está presente na final four da Taça Cers.
Depois de no ano passado ter disputado a prova em Igualada, Espanha, o comité do CERH atribuiu ao clube minhoto a organização da Final Four.
A candidatura do clube minhoto ultrapassou as outras duas apresentadas pelo Sporting CP e Vilafranca de Espanha. O outro finalista, o Matera de Itália não chegou a propor algo para a sua realização em território italiano.
Para o presidente do OC Barcelos, Francisco Dias da Silva a final four em Barcelos é mais que merecida, conforme declarações proferidas ao
Jornal Barcelos Popular.
" Eu não considero uma vitória.
Fizemos, realmente,
um esforço grande
para que conseguíssemos
que a Final-Four se realizasse
em Barcelos mas,
pela forma como a modalidade
é apoiada, quer
pelos adeptos, quer pela
própria cidade, foi mais
que merecida. Afinal de
contas, Barcelos é a catedral
do hóquei em patins.
Vamos procurar criar um
ambiente de forma a que
Barcelos e o Óquei de Barcelos
não saiam mal desta
situação".
Barcelos vai provar
mais uma vez que
sabe organizar eventos
importantes?
" Sim, principalmente os
adeptos do Óquei de Barcelos
e a Kaos. Acho que
é mais que justo termos
feito este esforço para se
realizar cá porque o
apoio deles tem sido incansável.
Quer os barcelenses,
mas principalmente
os adeptos e a claque,
apoiam-nos em tudo
quanto é sítio. Têm-me
surpreendido. Tem sido fantásticos, inclusive a nível das competições europeias.
Não é fácil a deslocação
mas eles aparecem
em todo o lado onde
o Óquei de Barcelos estiver
presente."
O clube é um caso especial na forma como os seus adeptos estão sempre presentes?
" Claro que sim e é reconhecido,
quer a nível nacional,
quer internacional.
Ainda na última eliminatória,
em Itália,
quando perguntávamos
onde seria o local dos
nossos adeptos, as pessoas
ficavam surpreendidas
porque, realmente, não é
muito normal, hoje, nesta
modalidade, o apoio
que o Óquei de Barcelos
tem".
Certamente não terá
sido fácil trazer a
competição para
Barcelos.
Há, naturalmente, os custos
inerentes mas, para
isso, contamos com o
apoio da Câmara que
tem tido uma forma correcta.
Estão sempre disponíveis,
nomeadamente
o vereador do Desporto,
dr. Carlos Brito e o vice presidente, Dr. Domingos
Pereira. Tem sido o apoio
possível embora não seja,
naturalmente, aquele
que eu entendo. Acho
que devia ser superior a
todos os níveis. Pela função do Óquei de Barcelos,
a nível desportivo e social, tenho consciência
que hoje o clube é importante
na cidade. A forma
como as pessoas estão a
viver o clube é referenciado
pelos nossos adversários
que, realmente,
perguntam-nos como é
que é possível o Óquei ter,
na maior parte dos jogos,
o pavilhão cheio o que
não é normal noutras localidades.
A resposta é
simples: é da forma como
as pessoas encaram a
modalidade".
O facto da Final-Four
coincidir com a Festa
das Cruzes será
prejudicial?
O coincidir com a Festa
das Cruzes vai criar algumas
dificuldades a vários
níveis, possivelmente em
termos de hotéis, a nível
do condicionamento do
trânsito para a deslocação das equipas. Mas espero
que tudo seja coordenado
com o clube,
Câmara e Polícia para não
haver constrangimentos
de maior.
Serão dois dias de
lotação esgotada.
Quem não vier ao
pavilhão poderá ver
na televisão?
Vamos fazer um acordo
com o canal que irá transmitir
os jogos para o território
nacional e também
para África. Iremos fazer
algumas campanhas publicitárias
embora, em
termos de assistência,
não tenho dúvidas que
vamos ter todo o apoio
dos barcelenses para ajudarem
a nossa equipa a
fazer o melhor trabalho
possível.
A jogar em casa o
Óquei de Barcelos é
favorito?
O Óquei já tem o grande
mérito de dois anos consecutivos
chegar à Final Four,
portanto, isto é mérito da equipa técnica, do
grupo de trabalho, dos jogadores que fizeram,
quer a época passada
quer esta, um trabalho
competente. Para estar lá,
como dizem algumas
pessoas, é preciso chegar
lá e para isso é preciso
eliminar os adversários
que também têm o seu
valor e qualidade. A equipa
vai, ainda mais perante
os seus adeptos, fazer
tudo para conseguir os
melhores resultados.
Agora, não tem mais responsabilidade
por estar a
jogar em casa. Podia, até,
ser um factor que não
fosse positivo pelo facto
de acusar a pressão.
O clube ganhou, ao
longo dos anos, a
credibilidade e grandeza
que tinha perdido.
Isso deve-se a
quê?
Foi um trabalho de todos.
Naturalmente que a direcção
teve o seu papel,
assim como toda a gente
que colabora desde a formação
até aos adeptos.
Todos são importantes.
Referindo-me essencialmente
à parte técnica e
aos jogadores, todos têm
vindo a crescer. Têm conseguido
um trabalho que eu acho que é muito meritório.
Algumas pessoas
acham que sou sempre
uma pessoa insatisfeita e
que exijo, que quero
mais. E quero. Não temos
feito tudo bem mas também
temos feito coisas.
Gostava que se fizessem
sempre bem mas não é
possível.
No início disse que
não queria defraudar
as expectativas
das pessoas. Isso foi
conseguido?
O importante era criar
condições para que o clube
não voltasse a passar
mais nenhuma fase como
aquela que passou. Acho
que não merece. Um clube
que tem este apoio,
que tem uma cidade que
respira hóquei, seria uma
pena se alguma vez passasse
por aquilo que passou
há uns tempos. O importante
é criar condições
de forma a que se faça
um trabalho competente,
esteja quem estiver. O
menos importante neste
caso tem que ser o presidente.
É uma estrutura
que tem de funcionar,
tem de atingir resultados
e tem de fazer a sua função.
Arrepende-se
de alguma coisa?
Não tenho com o que me
arrepender, não é minha
forma de estar nas coisas.
Encaro tudo de uma forma
positiva acreditando
sempre nas coisas e é por
isso que, felizmente,
quando trato dessas coisas,
elas resultam porque
temos de acreditar naquilo
que fazemos, no trabalho
que projectamos.
Por isso é que tem acontecido,
felizmente.
A passagem dos jogos
para as 21h30
terá sido uma aposta
ganha?
Sim, tem resultado. Acho
que a medida terá sido
certa em termos de horários.
Tem-se visto o
apoio que a equipa tem
e o número de adeptos
tem crescido. Já tivemos
jogos em que o pavilhão
esteve completamente lotado
e, portanto, isso é
para nós e para toda a
gente que envolve o
Óquei de Barcelos um
motivo de orgulho.
Regressar ao anterior
horário ou outro
não está em cima da
mesa?
As coisas têm sido mais
ou menos bem feitas.
Cheguei a pensar fazer
uma experiência e já há
dois anos que ando a falar
nisto. Um ou outro
jogo poderá realizar-se ao
domingo ao fim da manhã.
Gostava um dia de
fazer essa experiência.
Sabendo nós que a modalidade
rainha é o futebol
e as vezes acontecem
jogos à mesma hora e
com transmissão televisiva,
o que cria alguma dificuldade
às pessoas. Notasse,
às vezes, que alguns
adeptos estão à espera
que acabe um jogo
de futebol para virem em
cima da hora. Não deixam
de vir, chegam é com
o jogo a decorrer. Mas isso
só acontece, se calhar,
quando participam os
chamados clubes grandes.
Quer deixar algum
agradecimento?
A palavra que deixo aos
barcelenses é de agradecimento
antecipado. Da
forma como têm apoiado
não tenho dúvidas
que vão estar presentes
nesta jornada que é importantíssima
a nível das
competições europeias
que já há muitos anos
não se realizava em Barcelos.
Uma palavra de
agradecimento especial à
Kaos Barcelenses que tem
sido fantástica e a todos
os patrocinadores que
nos têm acompanhado
estes anos.
FONTE: JORNAL BARCELOS POPULAR