6.25.2012

" Minhotos no Estrangeiro" David Barbosa joga nos juniores do Montreux


O Minhoto que apresentamos neste espaço " Minhotos no Estrangeiro" é diferente dos anteriores. Estivemos à conversa com David Barbosa, um jovem que curiosamente completa hoje segunda feira dia 25 de junho dezoito anos e que nasceu na Suíça mas os seus pais são de Barcelos.
Adora o OC Barcelos, adora o Minho, Adora Portugal

Onde nasceste e em que ano? 
Eu sou diferente de outros “minhotos no estrangeiro” porque nasci fora de Portugal. Os meus pais são ambos de Barcelos (Areias de Vilar e Martim). Vou fazer 18 anos (25 Junho) e vivi sempre na Suíça mais exatamente em Montreux. Estou sempre muito perto das minhas origens. Nas férias gosto de ir a Portugal. Eu não jogo só hóquei em patins mas também estudo para tentar entrar na universidade daqui a três anos.









Qual o teu clube preferido?
O meu clube de coração é sem duvida o Óquei Clube de Barcelos! Sempre gostei de seguir o OCB pela rádio e pela televisão e também ao vivo os seus  grandes jogos. Para mim é e será sempre o maior de Portugal. Tenho a sorte de viver na capital do hóquei em patins suíço e de ser de origem da capital portuguesa do hóquei em patins . Sempre fui um fanático pelo Óquei de Barcelos. Vibro com as suas vitorias e sofre muito, mesmo muito quando perde.


Como tem sido estes anos nesses pais?
O ambiente é muito bom. Por vezes é preciso também ter um pouco de rigor nos treinos e nos jogos que tem faltado nos clubes amadores aqui na Suíça. Aqui em Montreux, toda gente investe no clube sem receber dinheiro. Por exemplo, eu não sou só jogador mas também terceiro arbitro porque aqui na Suíça o terceiro arbitro tem de ser encontrado pelo o clube que joga em casa. Isso faz uma boa união dentro do clube. Nesta época contamos com dois reforços muito bons (Tiago Sousa e Xabier Urra) que conseguiram integrar-se muito bem tal como uma grande parte dos jogadores estrangeiros.




Como é o hóquei em patins? Que diferenças há entre o de Portugal?
Aqui na Suíça, o hóquei em patins está em plena evolução. Mas não tudo infelizmente. A arbitragem é muito má e estraga por vezes esta modalidade belíssima. O nível é muito inferior ao nível português mas penso que daqui por alguns anos o campeonato suíço poderá fazer concorrência a vários campeonatos europeus. O público é mais calmo e menos aderente e não há claques como aí em Portugal. Mesmo com os bilhetes gratuitos, pouca gente vem aos jogos em Montreux. A modalidade é muito menos mediática do que em Portugal. Por isso, quase nenhum dos meus amigos conhece o hóquei em patins. E não há muitos pavilhões  apropriados para a modalidade a excepção o de Montreux. Para assistir aos jogos, os adeptos concentram-se ao redor das pistas. Uma diferença que também se pode notar, é que os clubes não apostam tanto na formação do que em Portugal. Em Montreux na equipa principal, só há metade dos jogadores que foram formados no clube e estes últimos dois anos os clubes começaram a chamar ainda mais jogadores estrangeiros. O tempo de treino também é muito inferior (2 vezes por semana nos seniores) e há muitos jogadores ausentes nos treinos em todas as categorias.





Já participei na Academia de verão do Pedro Alves e do André Torres em Barcelos. E estive muitas vezes a tentar fazer comparações entre a maneira de treinar em Portugal e na Suíça. Com os juniores do meu clube só tenho um treino por semana de 1h15. Isso é muito menos do que em Portugal. Os treinos são realizados de maneira menos intensivos. Não há tanto esforço físico como em Portugal e isso nota-se muito quando se joga contra jogadores formados em Portugal. Na Suíça, os jogadores começam mais tarde a praticar o hóquei em patins

Como vês a actual "debandada " de jogadores português para o estrangeiro? Especialmente para França, Suíça e para a Alemanha? É um sinal da crise que atravessa a modalidade ou uma opção pessoal?
Penso que é uma opção generalizada derivado a crise. É normal que os jogadores tentem encontrar melhores condições para as suas vidas, devido às dificuldades que Portugal está a atravessar e em particular a modalidade do hóquei em patins. Também tenho remarcado que a grande parte dos jogadores portugueses que chegam para jogar no estrangeiro estão em fim de carreira. Mesmo assim é muito positivo. De certeza que haverá ainda mais portugueses no estrangeiro para a próxima época. Aqui na Suíça esta época, o campeonato foi de alto nível. E não é só jogadores portugueses mas também argentinos como o David Páez ou espanhóis formados no Réus. Mas verdadeiramente, a maior parte vem mesmo de clubes do Minho como o Arnaldo Queirós, Eduardo Mendes, Rui Faria, César Torres, Ângelo Salgado, Pedro Alves, Sebastian Silva, Diogo Gomes, Paulo Fortes e Leandro Wanda. Espero que não seja uma crise no hóquei minhoto.  Todos esses jogadores mostraram um nível muito superior em relação aos outros jogadores suíços. Estou muito satisfeito com esses reforços no campeonato suíço e espero ainda ver mais minhotos...





Refere o teu percurso desde as camadas jovens até sénior. Quais os clubes que representaste te?
Comecei a praticar hóquei em patins aos 6 anos. Sempre quis fazer o desporto que deu muitas alegrias e bons momentos para a minha cidade de origem. A cada dois anos tenho a minha motivação que cresce com o famoso Torneio de Montreux na Páscoa onde participa sempre a selecção portuguesa e onde as camadas jovens realizam treinos com os melhores jogadores do Mundo como com o Reinaldo Ventura, Carlos Nicolia, Valter Neves, Caio, Emanuel Garcia,  Pablo Álvarez,  Johe, André Centeno e muitos outros.  
Aqui na Suíça o clube mais perto de Montreux está a 20km e o piso é de betão. Só não tem em Genebra, principal equipa suíça, que fica a 100km. Por esse motivo, não há muitas oportunidades para eu mudar de clube. 
O grande momento da minha carreira desportiva foi sem dúvida de me estrear aos 13 anos no principal escalão com os seniores (LNA). Tinha feito dois jogos mas desde aí nunca mais fui chamado. É normal porque não tenho treinado muito com a equipa principal do clube. Para o ano, serei mais uma vez júnior mas vou tentar integrar a equipa sénior com mais treinos, treinada pelo um treinador vice-campeão do Mundo em 2007 com a seleção suíça. Por isso vou apostar muito para próxima época.

Mesmo longe tens acompanhado o hóquei em Portugal? Achas que é desta que o Benfica destrona o FC Porto de campeão, apesar de estar a decorrer o protesto? E o teu clube do coração que dizes do trabalho desta época?
Tenho sempre acompanhado o hóquei em patins mesmo com a distancia que me separa de Portugal. Agora com a Internet e os jogos em canal aberto é sempre mais fácil seguir a atualidade da minha modalidade preferida. Queria que o Porto ganhe-se pela a 11 de seguida para poder continuar a dizer que a ultima equipa a vencer o campeonato antes do Porto foi o 
Óquei Clube de Barcelos. Falando do meu clube que amo muito, eu estou satisfeito até ao momento pelo o trabalho realizado por as pessoas que fazem parte do maior de Portugal. Por isso quero agradecer a toda gente presente nesse clube. Quero dizer ao José Querido que sou um grande adepto do O.C.B desejo que fique o tempo necessário para voltar a erguer o grande clube minhoto.


Queria desde já, agradecer ao Hóquei Minhoto pela entrevista. Tenho a certeza que o blog vai continuar a crescer como tem sido o caso desde a sua criação. E agradeço a este blog o facto de  representar a zona onde o hóquei em patins

O Blog Hóquei Minhoto agradece a disponibilidade e deseja ao David Barbosa muitas felicidades quer pessoais, quer desportivas.

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